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André Barata Nascimento (UBI, Portugal) - A condição contemporânea

 

 

PALESTRAS 

com o professor André Barata Nascimento

(Univ. da Beira Interior, Portugal – presidente da Sociedade Portuguesa de Filosofia)

 

A condição contemporânea - tempo e lugares

14/agosto/2024, 14hs

A condição contemporânea - matérias e superfícies

16/agosto/2024, 14hs

 

Auditório da Facom/UFBA

Informações: ppgf.ufba.br/eventos

Promoção: PPGF/UFBA e PósCOM/UFBA

 

André Barata Nascimento (Universidade da Beira Interior, Portugal), presidente da Sociedade Portuguesa de Filosofia, tem feito uma modalidade de fenomenologia do tempo presente, passeando-se por questões de estética, cultura, política e antropologia.

Entrevista (podcast) com André Barata Nascimento: https://expresso.pt/podcasts/a-beleza-das-pequenas-coisas/2024-07-19-and...

 

Resumo das palestras
Nestas duas palestras, serão feitas quatro aproximações à condição contemporânea que vivemos. Falar-se de uma só condição contemporânea é já um aspecto da nossa contemporaneidade. Um mundo cada vez mais cirscunscrito à sua forma de globo, distâncias e diferenças dominadas, vencidas como obstáculos, predomínio de uma temporalidade e de uma espacialidade únicas. Como a biodiversidade, a diversidade de maneiras de viver o tempo e o espaço, ou o imbricamento de ambos na forma de lugares, vai-se empobrecendo. Os lugares rarefazem-se – todos cada vez mais parecidos, fruto da mesma idealidade, uma espécie de platonismo anómalo – e, com eles, a diversidade dos modos de os habitar. Vivemos um só tempo, dos relógios, e um só lugar, os das localizações GPS, tempo e espaço desmaterializados, despojados da concretude sinuosa de que se fazem os lugares e os hábitos que os habitam. A própria matéria tornou-se obstáculo a aplanar. A sua densidade é evitada por uma superficialização crescente dos objectos artificiais como que nos rodeamos quotidianamente. Superfícies desproporcionadas para a espessura que as suporta. Laptops, celulares, a nanotecnologia a iludir a materialidade. Estas superfícies que fabricamos são clean e tendem à plastificação. Estão nos objectos que desejamos, estão no desejo dos corpos, também eles cada vez mais plastificados, sem exprimirem além da superfície, auto-confinados na sua objectividade. Existirmos plasticamente é passarmos pelas coisas sem que as coisas passem por nós. As próprias coisas condenam-se a uma espécie de solipsismo ao encerrarem-se na inércia da sua objectividade, sem vibrarem e repercutirem umas nas outras. Matéria, superfície, lugar, tempo são instâncias interligadas de uma crítica existencial e ecológica que urge fazer à condição extra-mundana da nossa contemporaneidade.

 

Informações: rafaelazize@gmail.com

 

 

 

Data e Hora: 
14 e 16 de agosto de 2024, às 14hrs
Local: 
Auditório da Facom/UFBA
Valor: 
Gratuito